Ele era um gênio. Apesar de ter ficado popularmente mais conhecido quando ganhou o Oscar de Melhor Filme, Roteiro e Diretor em 1987, por O Último Imperador, Bernardo Bertolucci é autor de obras primas como Antes da Revolução (1964), O Conformista (1970), O Último Tango em Paris (1972) e 1900 (1976). Mas hoje (segunda 22), o cineasta italiano morreu, aos 77 anos, em Roma, de causa ainda não revelada. Nasceu em 16 março de 1941, em Parma, Bernardo descobriu a paixão pela sétima arte com o pai, Attilio, que era professor de história da arte, poeta, escritor e crítico de cinema. Estimulado por Attilio, o jovem se jogou de cabeça nas artes, estudou Literatura Moderna na Universidade de Roma – ganhou prêmios literários -, mas acabou, felizmente, escolhendo se dedicar ao cinema.
Bernardo estreou com o pé direito: como assistente de direção de ninguém menos do que Pier Paolo Pasolini, no filme Accatone – Desajuste Social (1961). E foi graças a Pasolini que ele, com apenas 21 anos, dirigiu seu primeiro longa-metragem, A Morte” (1962). Se a estreia como cineasta não foi bem recebida pela crítica, o segundo filme, Antes da Revolução, o alçou ao estrelato. A partir daí Benardo foi consolidando seu incrível talento como realizador, emendando produções incríveis, como O Conformista (que foi indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado), A Estratégia da Aranha (1970) e O Último Tango em Paris, que, de tão forte, rendeu polêmicas até pouco tempo, principalmente, por conta da famosa cena da manteiga.
Num vídeo, gravado em 2013 mas divulgado por uma ONG espanhola em 2016, Bertolucci admite que a atriz Maria Schneider não sabia que o personagem de Marlon Brando usaria manteiga como lubrificante em uma cena. “A sequência da manteiga foi uma ideia que tive com Marlon na manhã anterior à filmagem. Fui horrível com Maria, porque não lhe disse o que iria acontecer. Minha intenção era fazer Schneider reagir como uma menina, não como um atriz”, explicou Bertolucci. Ela tinha 19 anos, mas a tomada a imortalizou em todo o mundo. Nos anos seguintes, o diretor manteve-se sempre ativo, em obras mais cabeças, como 1900 e outras mais comerciais, como O Céu Que nos Protege (1990), O Pequeno Buda (1993), Beleza Roubada (1996) e Os Sonhadores (2003). Seu último filme foi Eu e Você, de 2012. Partiu o homem, mas fica seu legado e genialidade! Para sempre!